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Local: Vitória, E. Santo, Brazil

Apenas alguém que brinca de ser poeta. Site onde publico: http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/

domingo, setembro 08, 2013

VITÓRIA QUE MORA EM MIM


Aqui, estou menino, em Vitória da minha infância na década de 60. Na Cidade Presépio e Cidade Sol, tão bem festejada e cantada nos lindos versos do compositor Pedro Caetano :

“‘Cidade Sol, com o céu sempre azul
Tu és um sonho de luz norte a sul
Meu coração te namora e te quer
Tu és Vitória um sorriso de mulher
Do Espírito Santo, és a devoção
Mas para os olhos do mundo, és uma tentação
Milhões te adoram, e sem favor algum
Entre os milhões, eis aqui mais um.”

Suas ruas com poucos movimentos de carros. Os ambulante diariamente batem à porta das casas, oferecendo vários tipos de serviço, como verduras, frutas, peixes , enciclopédias Barsa , o livro O Tesouro da Juventude, revistas novas e usadas, conserto de máquina de costuras e geladeiras. O homem do lixo passa diariamente, carregando uma grande lata nas costas. A vida é preguiçosa e serena. Ninguém tem pressa.

Sou criança, de olhos arregalados, admirado com os bondes no final da Rua Sete de Setembro, no centro de Vitória.

Vejo- me correndo atrás de uma bola, empinando pipas, rodando pião e jogando botão de mesa. Sinto- me molhado, pelos banhos de chuva, para desespero da minha mãe e avó. Quando o sol volta, jogo ferrinho com irmão, primos e amigos, e faço bonecos de terra. Televisão é artigo de luxo. Em preto e branco, e com apenas dois ou três canais, e inicia a programação no final das tardes. Quando a imagem fica ruim, coloca- se pedaço de bombril na ponta da antena. Aos sábados , vou com meus país “ fazer o mercado”, na Vila Rubim. Compramos a galinha viva. Nas manhãs de domingo, minha mãe mata a galinha, com um corte certeiro na garganta. Minha mãe evita que os filhos assistam tal cena. Mas nem sempre consegue. Tão certo quanto a sua mão firme, é a presença de macarronada e salada com maionese na mesa do almoço, e a presença do meu pai em uma das cabeceiras da mesa.

Também me sinto nas aulas de violão com Mauricio de Oliveira, violonista e professor de várias gerações, em um Edifício perto da Praça Costa Pereira. 

Nas festas juninas, a fogueira fica no meio da rua. Meu avô assa batata doce e meu pai solta balão japonês. Dançamos quadrilha e pulamos a fogueira.

A vizinhança toda se conhece. Há liberdade para permanecer nas ruas, sem risco de violências, assaltos e assassinados. É natural e comum as conversa entre vizinhos nas calçadas. A vida corre mansa e faceira.

É possível chegar de barco do centro da cidade a Paul, em Vila Velha, com os catraieiros, como são chamados os homens que conduzem os barcos. Doce travessia em que é possível vislumbrar o Penedo e todo o encanto da Baia de Vitória.

Nas manhãs da minha adolescência, nas quarta- feiras de cinza, assisto a saída do bloco “ O que eu vou dizer em casa”, formado pelos carnavalescos que se excederam e foram presos na delegacia de polícia localizado numa esquina rua Graciliano Neves, em frente à ladeira onde fica a Faculdade de odontologia, no centro da Cidade. 

Na década de 70, nas datas de domingo, sou um jovem nas “ Domingueiras” (Baile) no Álvares Cabral, perto da Praça Costa Pereira, ou nos bailes na faculdade de odontologia, localizado no centro de vitória. As grandes lojas e o comércio em geral ficam localizadas no centro de Vitória. Entre elas a loja Mesbla, onde é comum o encontro de amigo, e da paquera na praça de alimentação.

Há mais de 7 cinemas no Centro da cidade. Alguns caracterizados em passar um certo gênero de filmes.

Em Vitória existem poucas escolares particulares e algumas públicas. As famílias tradicionais moram no centro de Vitória.

Há jogos de futebol na rua perto da Antiga sede da Prefeitura, na Rua Sete, no centro da cidade. Todo hora a polícia suspende o jogo, que logo, logo, recomeça, assim que a polícia vai embora.

Esses momentos permanecem vivos dentro de mim. Hoje, sou um homem de meia- idade, mas a cidade de Vitória mora bem forte no ser criança e adolescente de minha alma.

Roberto Passos do Amaral Pereira

• Parabéns Vitória pelos seus 462 anos !
• Foto: Willis de Farias - Vitória década de 60.




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