Viver É Saber Sonhar
É verão. Manhã de sol
incandescente. Uma preguiça gostosa impregna o meu corpo. Nada é capaz de me
tirar da varanda da minha casa e, para ser mais preciso, da minha rede.
Embalado por uma doce melodia,
fecho os meus olhos e adormeço. Assim sinto meus pés descalços deslizarem na
fina areia de uma linda praia. Suas ondas em movimentos mágicos quebram-se nas
pedras, transformando-se em espumas brancas de rara beleza. Longe, um barco à
vela se deixa levar pelo tocar do vento, sem a pressa tão comum dos nossos
dias.
Na beira da praia, crianças
constroem castelos de areia, habitados por seres de suas fantasias, sem medo de
serem felizes.
Em pequenos grupos, jovens
adolescentes, senhores e senhoras de meia-idade, caminham alegres e com corpos
suados de muito prazer e bem-estar.
Com o corpo dourado e mãos
calejadas, um pescador mostra seus peixes conquistados com muita luta e tem no
rosto a satisfação e o orgulho de poder levar para sua casa o fruto de sua
labuta.
Isolado, um homem observa
atentamente o ir e vir das ondas do mar, como se ouvisse respostas para suas
dores e desamores.
Bem, acordo com o afago do meu
filho oferecendo um suco. Seu sorriso é a certeza de que precisamos ter a alma
livre como um barco ao vento, desarmados como as crianças ao construírem seus
mundos, saber ouvir as ondas dos nossos corações e ser como um bom pescador.
Texto: Roberto Passos do Amaral Pereira
Imagem : Google
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